sábado, 29 de dezembro de 2012

Uribia - Cabo de la Vela

Logo cedo, 5h30, acordamos eu e Alfredo, o primo da anfitria Syris. Tomei o café da manha reforcado com carne que diziam ser de tartaruga marinha e arepas. Fomos até o ponto de taxi, onde se pega os taxis compartilhados até Uribia. Pagamos 15000 cop até a capital indígena colombiana e demora quase 1hora. Ali, fomos até a casa dele, para ver se seu irmao da cruz vermelha iria para Cabo de la Vela e eu poderia ir sem pagar nada. Como ele já havia saído, entao fomos até o lugar de onde saem as caminhonetes ao estilo pau-de-arara para o vilarejo. Comprei frutas, 5 litros de água e um carregador novo de celular. Após enchermos os lugares, partimos. Paguei 15000 cop. Completamente abarrotados. Entre nós, um casal de colombianos cristaos. Um mochileiro frances fedorento. Uma índia wayuu civilizada, com seu ex-namorado que estava tentando reconquista-la. E algumas índias wayuu com seus filhos.

Os wayuu sao a etnia que habitam a regiao de La Guajira, a península que está no ponto mais ao norte da Colombia e América do Sul. Uma regiao semi-árida praticamente desértica. Vegetacao rasteira. Areia quase vermelha. E os wayuu, que possuem fisionomia agradável. As mulheres vestem uns vestidoes coloridos e tecem bolsas, pulseiras e outros artigos coloridos bem bonitos. Os homens vestem a roupa ocidental de gente simples, com um chapéu de palha.

Após quase 2h de viagem, primeiramente passando por uma estrada larga de terra e em seguida por entre as árvores e areia, chegamos em Cabo de la Vela. O lugar é bem bonito. A água é super calminha e em temperatura agradável. É um vilarejo que nao possui energia elétrica. Assim que desci, arranjei um lugar para dormir. Uma cabana aberta, bem em frente ao mar, onde se dorme em rede. Dividi com o casal melodramático, da índia wayuu civilizada e o rapaz que falava que nem nas novelas. A rede custou 10000 cop. O almoco ali custava 12000 cop, servindo peixe fresco, patacones, arroz e uma saladinha. Onde fiquei,  no "en lo de Daniel" (que nao tinha nome o lugar), era um restaurante que tinha energia durante todo o dia, por meio de um motor gerador.

Logo após o almoco, fui caminhando até o farol, seguindo pela beira do mar. Uma caminhada de 1h30, que o casal ficou assustado e nao quis me acompanhar. Foi super simples e bonita a caminhada. Chegando lá, uma ventania bem forte. Ali é uma regiao de fortes ventos. Esperei o sol se por. Antes de encarar novamente a caminhada, com uma lanterna portátil que tenho, Paola e Jaqueline (ambas de Cali) me ofereceram o mototaxi que haviam contratado. Assim que eu cheguei ali, vi elas andando. E quase ninguém vai caminhando até ali. Elas contaram que pagaram o mototaxi. Entao, quando eu fui descendo, ela foram em uma das motos e eu na outra. Simpático da parte delas. Aliás, todos os colombianos que encontrei foram sempre muito prestativos. O país está altíssimo em meu conceito. De noite, sob a lua cheia, comi e toquei violao com o casal cristao e o casal melodramático ali na praia. Em seguida, encontrei por acaso as caleñas (nascidos em Cali) e conversamos bastante. Pude entender melhor várias coisas do país. Engracado que a Paola tinha um sotaque bem diferente e logo em seguida percebi que ela falava como o Cebolinha. E eu achando que isso era exclusividade brasileira..

Dia seguinda, apenas sossego. A manha fiquei ali na minha cabana, em frente ao mar, embalando na rede. Tomando banho de mar, dormindo, lendo um livro. Aliás, quando retomei a leitura após alguns dias sem tocar nele, caíram 500 Bs (que equivale a uns U$ 30, que me fizeram bastante falta na Venezuela). Soube que podería trocá-los em Uribia. Ainda de manha fiquei conversando com o casal cristao a respeito do oriente médio, Israel e o islamismo. Foi bem legal a conversa. Eu incentivando eles a viajarem por conta, ao invés de pagar um pacote, pois iriam economizar um pouco mais da metade do que gastariam. De tarde, após almocar minhas frutas e coisas feitas de milho, peguei um mototaxi até Pilón de Azucar (por 10000 cop inda e volta), uma praia que depois percebi que também poderia ter ido andando. Ali é uma montanha onde tem um mirante, venta muito também. E tem uma praia boa para banho, com ondas e areia alaranjada. O mais engracado foi que após subir no mirante e ir para a praia, fui tirando fotos. Umas senhoras viram eu tirando foto sozinho e insistiram muito para eu tirar foto com as filhas. Fiquei um pouco com vergonha e elas insistiram mais ainda. Entao, fui ali meio sem jeito, mesmo porque uma delas era daquelas colombianas simplesmente fenomenais. Conversando um pouco com Angela e Maria, elas impressionadas que eu era mochileiro com profissao e que aquilo simplesmente era meu estilo de viagem. De noite, estava com bastante sono. Logo atei a rede no galpao atrás do restaurante, onde ficam várias pessoas que nao gostam da ventania da beira-mar. Fiz isso por dois motivos: havia voltado um casal que ocupou a cabana na noite antes de nossa chegada e por dificuldades de comunicacao, eles pensaram que eu sairia dali para dar lugar a eles, quando o combinado era que eles poderiam ocupar também a cabana. O outro motivo é que a caminhonete sai 4h00 da manha de volta a Uribia e ali ficaria mais fácil de acordar.

Gostei de conhecer La Guajira. Estar entre os wayuu. Visitar o ponto mais ao norte da América do Sul. Valeu bastante pena. A maioria dos turistas que vao para lá chegam por pacotes comprados nas agencias. Chegam de Hilux, dormem nos eco hoteis disponíveis no vilarejo. A bahia onde fica o vilarejo está repleto de opcoes de alojamento. As muitas cabaninhas onde se pendura a rede. E umas casinhas fechadas também. Há muitas famílias colombianas que vao de carro e o estacionam ao lado das cabanas. Apesar de ser praticamente ano novo, a praia nao estava cheia.

Outro detalhe é que dali se pode pagar o passeio para Punta Gallina, que é a praia que fica verdadeiramente no extremo norte. Mas era caro de mais, 150.000 cop. E deveria pagar-se também a rede (15000cop) e o almoco (uns 15000 cop). Preferi ficar relaxando em Cabo de la Vela. Depois soube que era um passeio super corrido, ao estilo de turismo japones.

Centro de Uribia

Uribia

Caminhonete para Cabo de la Vela

Pequena Wayuu

Comércio em Uribia

Wayuu

Viagem no pau-de-arara
La Guajira

Casas a caminho de Cabo de la Vela

Quase chegando em Cabo de la Vela

No caminho..

Mar em Cabo de la Vela
Cabanas onde dormi em rede

Casal melodramático

Cabo de la Vela

Cabo de la Vela

Crianças Wayuu

Farol

A caminho do Farol

Quase no farol

Farol

Fim de tarde no farol
Wayuu fazendo graça com o turista

Rumo a Pilón de Azúcar

Rumo a Pilón de Azúcar

Pilón de Azúcar

Pilón de Azúcar

Pilón de Azúcar

Pilón de Azúcar

À esquerda o salar.

No alto do Pilón de Azúcar

Pilón de Azúcar
As senhoras desinibidas com suas filhas
Fim de tarde em Cabo de a Vela - ideal para meditar ali na frente ao mar

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom relavo! Estou indo pra La Guajira no meio do ano e aqui foi um dos poucos relatos de mochileiro mesmo que achei, a maioria vai pagando "tours".

Parabéns!