segunda-feira, 26 de novembro de 2012

São João da Baliza - RORAIMA

Havia um tempo eu queria conhecer o estado de Roraima. Apesar de perto de Manaus e com estradas, me faltava uma oportunidade. Eis que surgiu um motivo digno: ir com a irmandade da União para São João da Baliza para realizarmos uma excursões pela floresta e descobrir plantas nativas. Saímos 4h15 da madrugada de Manaus, na sexta-feira. De início éramos em 5 carros. Primeira parada, Presidente Figueiredo, para tomar café da manhã e esticarmos as pernas.


Em seguida, continuar seguindo pela BR-174 rumo ao norte. Passa-se pela terra indígena dos Wamiri-Atroari, onde não se pode parar. Ela fica fechadas durante a noite. Só abre às 6h da manhã. E dizem que fecha logo ao entardecer. São quase 2h rodando para atravessá-la. Paramos então outra vez num posto, ao final da terra indígena e já no estado de Roraima. O tanque estava mais da metade, mas abastecemos ali mesmo, pois somente o faríamos na volta novamente. Seguimos viagem até um vilarejo, que não me recordo o nome. Ali, há um atalho para seguir a São João da Baliza, sem precisar seguir até Rorainópolis e pegar a outra rodovia voltando. O ruim é que um trecho é de terra, o que faz reduzir a velocidade, ter que ligar o ar condicionado pela poeira e forçar o carro. Enfim, chegamos a São João da Baliza lá pelas 11h30. Até encontrarmos com nossos anfitriões e irmos a sítio, demorou mais um pouco. Chegamos ao nosso destino por volta das 12h45.





Após a refeição, fizemos nossa primeira incursão pela floresta. Já era secundária, com plantações de algumas árvores e cipós. Foi uma caminhada curta. Depois, coletar o que queríamos e voltar, carregando aquilo que colhemos, plantado há alguns anos. Estava quente. Na floresta, que não era fechada naquele pedaço, estava muito úmido. E o peso nas costas também não foi moleza.







No fim do dia, janta merecida e sono profundo. Dia seguinte, acordar cedo, tomar café da manhã e seguir as atividades. O combinado foi entrar na floresta nativa ir buscar umas plantas. O percurso exuberante. Vivos araras, plantas enormes e ninhos de pássaros. Ouvir o canto das aves. Ver as árvores enormes e aquelas pequenas. Alguns trechos estavam bem cerrados. Foi uma aventura! Após 1h30 de trilha pela mata, chegamos ao ponto onde queríamos, colher as plantas. Retirado tão somente o que precisamos, a caminhada de volta. Desta vez, com o peso nas costas. Quase 2h para voltar, com direito a 3 paradas. O que mais gostei foi que algumas mulheres nos acompanharam e carregaram peso com a gente. Gosto de ver quando a mulher não se coloca no lugar de frágil, e sim de capaz de fazer esforços como os homens. Quase chegando, fui atacado pelas cabas (vespas). Foi tenso. Dolorido. Picadas na cabeça, pescoço, ombros e braço. Sai gritando correndo!









Na volta, hora do almoço e trabalho no sítio. Preparo. A tarde toda com os amigos, trabalhando. De tarde, mais uma entrada na floresta, mas desta vez nas redondezas. Foi uma visita guiada, falando de algumas plantas e ervas medicinais. Segredos e mistérios da natureza. Bem legal mesmo as explicações e ver como a natureza é bela, cheia de coisas que podemos nos beneficiar.



 







 Ao final do dia, tivemos uma sessão bem legal. Gostei bastante. Fui dormir, pois no dia seguinte horas de estrada. Enquanto isso, algumas pessoas continuaram trabalhando. De manhã, ainda ajudei em uma série de coisas. E finalmente, lá pelas 10h30, saímos do sítio rumo a Manaus. Com uma parada naquele posto antes da terra indígena, para apenas abastecer (eu tinha quase meio tanque e abasteci para garantir). Dali eram mais uns 350km. E para comer alguma coisa. Eu que tenho intolerância ao glúten, não comi nada ali. Sorte que eu tinhas meus lanches. Comprei apenas um pacote de batatinha. Mais horas de viagem, até parar na linha do equador. Já eram 14h30 e estávamos todos famintos. Comemos e paramos para tirar foto do marco zero!





Após a terra indígena, mais uma parada em Presidente Figueiredo. Comer tapioca e artigos regionais no café da Priscila, o melhor e mais tradicional. Mais 1h e pouco de viagem e finalmente chegamos em Manaus, por volta das 18h30. Pisei em casa lá pelas 20h, após deixar os amigos em suas respectivas casas. Fiquei bem feliz por participar dessa viagem. Acrescentou bastante. Espero que venham outras tão legais como essa.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Maceió

E depois de visitar Agrestina, no agreste pernambucano, pegamos o ônibus das 12h50 para Maceió. Disseram que seriam somente 2h30, mas a verdade é que a viagem durou praticamente 4h20. Chegamos e logo eu tinha que ir deixar as coisas no hotel e ir à abertura do Encontro Norte Nordeste da Abrapso (Associação Brasileira de Psicologia Social), que eu fazia parte da comissão científica e era um dos convidado.

Hotel Reymar express. Tudo pago. Achei um pouco caro para o padrão. A vantagem era ser extremamente perto do Lar São Domingos, onde aconteceu o evento. Tomei banho e logo em seguida me encontrei com o pessoal do evento. Na verdade, reencontrar bons amigos das antigas e dos novos tempos de carreira. A abertura foi num teatro no centro da cidade. Gostei bastante: falas simples, música boa e o pessoal legal.



Edna, eu, Aluísio e Juliana

Eu, Lúcia e Larissa


No primeiro dia do evento, fizemos uma assembleia e, em seguida, partimos para os grupos de trabalho. Uma modalidade diferente de apresentação de trabalho, na qual cada expositor ia falando de suas pesquisas/relatos e todos podiam ir perguntando e questionando. Ficou uma conversa bastante legal e produtiva. À noite, a grande roda, em que as produções de todos os grupos eram partilhadas. Essa já achei cansativa, após o dia de trabalho. Finalmente, à noite, fomos comer na famosa Amélia Rosa, uma avenida cheia de restaurantes e bares onde se encontra de tudo para comer. Gente em geral endinheirada, mas nós éramos congressistas e podíamos aproveitar da boa comida da cidade.

Lar São Domingos

Maceió

Marjory, Mary Jane, Zulmira, Vanessa e eu.
No dia seguinte, a manhã livre. Bom para passear pela cidade. Fomos eu, Marjory e Aluísio à praia de Pajussara fazer nossas comprinhas. Eu comprei lembranças pro pessoal de Manaus. Em seguida, mais congresso. No fim do dia, fomos eu e Marjory dar uma volta na orla da Ponta Verde, para comer e depois voltar a pé ao hotel. Maceió é uma cidade boa porque não é tão grande. Tem o centro, a praia de Pajussara, Jatiuca, Ponta Verde e Cruz das Almas.

Finalmente, no Domingo livre, fomos à praia de Guaxuma, por recomendação do pessoal da cidade. Fica ao norte, bem pertinho de Cruz das Almas, onde estávamos hospedados. Pegamos um taxi. Ali comemos bem baratinho e num lugar de gente simples. A praia não é muito boa de banho, por ter muitos recifes e pedras. Mas o mar é lindo.






Por fim, no fim do dia voltamos ao centro de artesanato da Pajussara. Tem um galpão do artesanato, que encontra-se coisas bem mais baratas que na feira de artesanato, que fica bem em frente, só que na praia. Feitas as derradeiras comprinhas, nos jogamos na areia da praia e tiramos um cochilo. Quase parecendo uns mendigos! Em seguida, caminhada até o hotel. No caminho, vimos que a prefeitura fecha a avenida à beira da praia de Jatiuca aos domingos, para a população aproveitar e ficar ali andando de bicicleta, patinete, essas coisas. Achei bem legal.

Finalmente o dia acabou. E dia seguinte voltei a Manaus, num voo que parou em Campinas e depois veio pra floresta. Gostei do congresso. Muito bom mesmo. A Abrapso desta região norte nordeste realmente tem sido legal e produtiva. É uma associação com a qual me identifico bastante e faço questão de ir nos eventos. O próximo será o encontro nacional, em Florianópolis, em outubro de 2013. E que chato que terei que ir!

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Pernambuco: Abreu e Lima, Ilha de Itamaracá, Recife, Agrestina

E para meu aniversário, o universo conspirou para que eu fosse para Pernambuco comemorar meus 33 anos de vida. Na verdade, foi o meu querer quem fez com que as coisas acontecessem. As condições se apresentaram propícias. E dessa interação a viagem fluiu.

Peguei um voo da TAM nas primeiras horas do dia 26 de outubro. Escala em Belém e conexão em Fortaleza. Ali eu tinha que ficar várias horas. Ao meu lado se senta um estrangeiro. Puxo papo com ele e descubro que é um italiano! Sandro é o homem que desenvolve máquinas. Tudo para alavancar as produções industriais. Foram bons papos os que tivemos. Ele se impressionou com a quantidade de gente gorducha em Manaus. Eu dei minha interpretação: nessa terra, as diferenças sociais são muito fortes. Há uma pequena elite endinheirada, que esbanja posses e não sabe nem onde gastar. Muitas viagens a Miami ou alguma capital europeia. E há uma grande maioria pobre, vinda do interior (cuja raiz é indígena misturada com migrantes, principalmente nordestinos). Esses, para esbanjar alguma coisa, colocam o alimento e a mesa farta como itens para terem do que se orgulhar. Ser gorducho é mostrar fartura. Nesta terra onde o povo nega as raízes, ter posses materiais (dinheiro ou barriga) é sinal de igualdade entre os diferentes. Foram bons papos com o italiano. Ele contando da política, da vida na Itália, do multiculturalismo, da globalização, das máquinas, da família, das diferenças culturais. Fiquei bem contente de treinar o idioma e de poder conversar com alguém que tem um ponto de vista pleno da diversidade.

Em Fortaleza, algumas horas no aeroporto. Aproveitei para praticar kriya yoga na sala ecuménica do aeroporto. Em seguida, tirei meu almoço e sentei-me numa mesinha. Sandro aparece novamente, conversamos mais um pouquinho e ele me paga um chá. Finalmente a despedida final. Esses encontros de viajantes são muito legais. Vidas que em algum momento se cruzam. E cada um sai com as marcas dessa vivência.

Finalmente chego em Recife. Marjory já me esperava no aeroporto. Eu estava quebrado de sono. Nas noites anteriores, muito trabalho. Dormindo pouco e fazendo muita coisa. Na noite da viagem, só dormi num trecho do voo, de uma hora. Assim que cheguei na casa dela, cai por umas boas horas. Na sequência, trânsito para sair da cidade e ir até Abreu e Lima, num sítio. Lá passei o dia seguinte, tomando banho de rio e fazendo trilhas.






No fim do dia, voltamos a Recife. Do sítio até a estrada eram quase 3 horas de caminhada. Após alguns minutos, passa um carro. Estico meu dedo. Carona fácil! Chegamos em tempo de se arrumar e ir para Olinda. Afinal, no dia do aniversário é bom comemorar. Em casa, cantamos parabéns com um bolinho sem glúten que a mãe dela gentilmente preparou para mim. Depois, seguimos a um restaurante chique nos morros de Olinda. E assim foi esse dia 27 de outubro, em que comemorei 33 anos.



No dia seguinte fomos rumo à ilha de Itamaracá. Na praia do sossego. Linda de mais. A água estava baixa logo de manhã. Um verde turquesa impressionante. O litoral pernambucano é lindo de mais. Passamos o dia ali. Foi agradável. No fim da tarde, fomos até o forte orange. Comemos. Voltamos já cansados do dia de sol e mar. Eita vida dura!





Veio segunda e terça-feira. Eu fiquei trabalhando em casa. Afinal, essas são as vantagens de ter afazeres no computador. Na segunda à noite fui a um espaço alternativo de cinema. Estava com muita saudade de ver um excelente filme cultural. Assisti "Violeta se fue a los cielos", que conta a história de Violeta Parra, uma artista chilena que compôs músicas que são representativas dos sulamericanos. Gostei muito do filme e das músicas. Eu não sabia que ela era a autora de várias músicas tocadas por Mercedes Sosa.

Mas na terça, fui atrás da famosa goma xantana, um ingrediente essencial a quem faz pratos sem glúten. Foi uma verdadeira saga encontrar. Eu já avia perguntando para o grupo Viva Sem Glúten onde achar. Me disseram algumas poucas lojas. Fui atrás de todas as indicações e somente na última loja é que encontrei. Voltei para casa e logo fiz um pão sem glúten. Ficou simplesmente maravilhoso com esse ingrediente. Fiquei bem feliz de tê-lo comprado.

Finalmente, quarta-feira fui para Agrestina com Marjory, acompanhar o trabalho dela. Acordamos super cedo. Pegamos a van por quase 2 horas até o destino. No fim da manhã, o grupo dela concluiu. Certinho para pegarmos o ônibus para Maceió às 12h50. Antes, almoçamos em um boteco qualquer e fomos dar uma volta na escaldante cidade. Temperatura alta, mas em Manaus a mesma sensação térmica não ia estar com o termômetro explodindo como ali. Enfim, Pernambuco até logo mais!