domingo, 1 de maio de 2011

Benjamin Constant 2

A cidade das motos. Por todos os lados, motos e mais motos. Muitas motos. Aqui todos usam capacete. Pelo menos alguma coisa positiva. Vão 3, 4 e até 5 pessoas em uma moto. Moto-taxi reina. Baratinho. As pessoas são bem simpáticas e agradáveis. Sempre te recebem com sorriso. O Peru é logo na outra beira do rio. Isso significa: invasão de produtos peruanos e muitos peruanos trabalhando por aqui.

De modo geral, estou gostando da simpática cidade. Clima de interior. Apesar de estarmos longe de tudo e todos, o pessoal aqui vai vivendo. Há tráfico livre. Vigilância praticamente nula. Uma prefeitura que busca fazer seu papel. Muitas comunidades ribeirinhas que parecem um mundo à parte de vida urbana. À parte também é a vida dos índios tikuna e cocama. Ou seja, estamos em um universo de 3 classes de pessoas: as urbanas, as ribeirinhas e os indígenas. Sem contar nisso os peruanos e colombianos.

Nosso trabalho está fluindo. Apesar de não ser o tipo de ofício que mais me instiga. Se para mim, da área social, já não é lá super interessante, imagina só para minha equipe, com pessoas que não são da área. Coitadas! Mas hoje entramos na floresta, acompanhar o pessoal que faz inventário florestal. Foi uma experiência interessante. Caminhar floresta adentro. E ver como é que abrem caminho, catalogam as árvores e plantas, coletam amostras de solo, madeira caída e plantas. Vi como é o ofício desse povo ligados ás ciências ambientais. E no final, as piadinhas, claro. Antes, eles falavam que meu trabalho era só ficar batendo papo, tomar cafezinho com as pessoas, passear pela cidade. Quando chegamos da floresta, foi minha vez: ficar passeando pela mata, pegar folhinha aqui, pintar tronco ali, colocar plaquinha acolá. E com humor vamos lidando com a vida de pesquisador nesta longa expedição.

Saudade mesmo das doses diárias de meditação pela kriya yoga, que não estou podendo praticar por falta de espaço. Minha casa é o barco, que está sempre cheio e em movimento de pessoas. Comida, tudo tranquilo. De almoçar e jantar, acho até que estou ficando mais fortinho. Comendo as frutas regionais, que são poucas mas já quebra um galho. E aqui encontrei um amigo paulistano, que morava em Manaus e passou num concurso da UFAM. O Raul. Engraçado encontrar ele nessas bandas. Saber da percepção de alguém com vivências culturais parecidas com as minhas. Viver aqui é ter muita paciência. Tudo chega de barco e demora dias. Viajar por aqui é mais fácil pela Colômbia do que pelo Brasil. Tem suas vantagens. Saudade do sossego do meu quarto, dos amigos e do contato com a família.

Em breve iremos a Atalaia do Norte, pois aqui já estamos finalizando. Ir um pouco mais distante ainda. E sem fotos, porque aqui não está carregando. Internet precária.

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