domingo, 13 de janeiro de 2013

Zipaquirá - Bogotá

Acordei sem preocupações com hora. Tomei o café da manhã e umas 10h00 sai de casa. Falei para Sabrina que voltaria à noite. Ela já tinha me avisado que esse dia chegariam mais 2 mochileiros alemães, sendo um deles amigo dela. E mais 2 irmãs bogotanas amigas. E Hector com talvez amigos. Ou seja, ia rolar a festa no ap, mas sem bunda lelê!

Caminho até o TransMilenio, o nome que em Bogotá se deu às linhas de ônibus especiais, que são aqueles bus extendidos e circulando por vias expressas exclusivas. Fui até a estação Portal del Norte. Ali mesmo se pega uma buseta para Zipaquirá, por 3900 cop. Assim que chego, vou tratando de almoçar. Em seguida caminho até a pequena praça, de onde sai um pequeno trem turístico que percorre os principais pontos da cidade e leva até a Catedral de Sal, a primeira maravilha colombiana (eles têm as 7 maravilhas também). A mocinha das informações me disse que era longe para caminhar. Mentira!! Era apenas alguns quarteirões. Paguei 3000 cop pelo trem e me senti enganado de chegar ao destino após poucos minutos. Enfim, ali na mina de sal há opções para pagar o bilhete, que podem incluir a entrada para museu, passeio pela mina, etc. Na real, eles oferecem um pacote cheio de coisas, mas é uma grande enganação. Basta pagar para entrar na mina que tudo ali embaixo é grátis. Eles falam de um tal de show de luzes (umas luzes no teto), um espelho d'água (um espacinho com água refletindo) e um filminho 3D que achei fraco de mais. Paguei 24000 cop pela entrada com direito à visita ao museu arqueológico. Entrando pela mina, que fica no interior da montanha, o guia vai explicando que ali é feita a extração de sal, que fez da cidade a mais próspera da Colômbia no final do século XIX. Nos espaços onde foi feita a moderna extração, onde estão umas grandes câmaras de uns 10m largura X 100m profundidade X 18m altura, foram construídas as casas da via crucis. Na real, são representações bastante abstratas, pois nada mais eram do que cruzes em relevo, alguns pedaços de pedra de sal, jogo de luzes... Até chegar na parte que é a catedral em si, numa câmara bem alta e espaçosa. Tudo ali é de sal. Após essa parte da igreja, vem a zona comercial, onde já lojas vendendo esmeraldas e diamantes, souvenirs, comida, café. Numa das pequenas salas está o filme 3D (esse é razoável e explica a história da mina), o show de luzes (que foi a coisa mais ridícula que assisti e sai logo no começo) e o tal do espelho d'água (um pocinho de água refletindo o teto). Sem ter mais nada que ver, resolvo subir à superfície novamente. Dou um tempo na praça do minerador, ali do lado de fora, onde há uma enorme estrutura para escalada. E decido nem pegar o trem de volta. Vou caminhando pelas ruas do pequeno centro. Tudo muito lindo. Arquitetura colonial. Uma bela praça central. Clima bem agradável. Jeito de cidade de interior. Quando paro num café para tomar um chá quentinho, reconheço uma senhora que me ajudou assim que cheguei na cidade. Conversamos brevemente e segui meu rumo de volta a Bogotá.

A viagem já terminando. Dia seguinte seria meu voo de volta. Eu recapitulando cada momento vivido. Os derradeiros dias haviam sido intensos de mais. Vim percebendo que privilegiei passar por mais lugares, ficando menos tempo. E a experiência de ter feito isso me mostrou que eu deveria ter ficado mais tempo, em poucos lugares. Meu ritmo interior me demandando isso. Querendo estar tranquilo em um lugar, para praticar yoga, relaxar, viver cada momento com calma.

Volto para Bogotá imerso em pensamentos e sensação de luto por uma viagem que já caminha para o fim. Chego em casa e toco violão com Sabrina, enquanto esperamos os novos hospedes chegarem. Ela também toca um pouquinho e foi divertido. Chegam primeiro Paola e Camila, as duas irmãs bogotanas. Aliás, elas são sobrinhas da dona do apto e tinham a chave do segundo quarto, onde elas dormiriam. Logo na sequência chegam os alemães, Cris e Tom. Por fim, chega Hector. Após eles tomarem aguardiente e umas cervejas, impressionando-se deu não beber, vamos todos para a Candelaria. Primeiro vamos para um lugar que está vazio. Em seguida para El Goce Pagano, onde estava rolando salsa. Ficamos ali mesmo até a hora de fecharem, às 2h30. Foi bem divertido. Desta vez, eu com meu tênis leve próprio para dançar! Na saída, essa região parecia um tanto perigosa. Hector fica um pouco desesperado, enquanto as meninas demonstravam valentia. Bêbado é um saco mesmo! Após a galera querer ir para outro lugar, mas estar sem opção, decidem fazer a festa no ap. Chegamos e, depois de um tempinho, decido que é hora deu dormir. Mesmo porque dali algumas horas eu embarcaria no voo de volta para casa. Os alemães já estavam capotados no sofá. Paola também dando sinais de cansaço. Dormi que nem uma pedra.

Cedinho, 8h00, acordo. Apenas ajeito as coisas finais em meu mochilão e tomo café da manhã. Despeço de Paola e Sabrina. Hector vem me acompanhando até o lugar onde passa a buseta para o aeroporto. Trocamos as derradeiras ideias a respeito do país, da vida em Bogotá, das mulheres, do futebol e do segundo melhor jogador de todos os tempos no Brasil, da violência, do futuro, da vida em família. Enfim, o cara era gente boa! Esperou até a buseta passar. Assim que subo, converso com um jovem casal que também estava indo rumo a Letícia, meu próximo destino. Coincidência de mais!

TransMilenio
Centro de Zipaquirá
Trem turístico. Uma enganação!
Zipaquirá vista do alto



Ali onde entra para a mina de sal
Entrada da mina de sal
Uma das casas da via crucis
Capelinha
Na catedral se sal
Na catedral se sal - peça em mármore
Na catedral se sal - Tudo é de sal
Zona comercial

Esculturas de sal
O tal de show de luzes, no teto...
O tal do espelho d'água
Museu arqueológico de Zipaquirá
Igrejinha
No centro de Zipaquirá
Chá de hortelã e salgado de yuca (mandioca)
prédio governamental
Plaza de la independencia
Catedral
ruas do centro 
Despedida de Bogotá. Hector, eu.
No aeroporto. Fim da viagem...

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