sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Bogotá

Peguei a buseta das 22h00 de Manizales a Bogotá. Os 259 km deveriam ser percorridos em aproximadamente 8h de viagem. Saiu com alguns minutos de atraso e chegou um pouco antes do previsto. Na viagem, muitas curvas montanha acima e abaixo. Também tive uma noite péssima. Uma primeira parada foi em Mariquita. Em seguida, no destino final. Chego e logo sinto aquele frio típico da cidade. Agora sim tenho que usar toda a roupa de frio que trouxe: blusa de lã e jaqueta impermeável, para caso chova. Peguei um taxi e fui para o bairro Soledad, onde fica a casa de Sabrina, a alemã que conheci no ano novo.

Lá em Taganga fiquei amigo de uma turminha internacional. Hector é um cachaco (ou bogotano, ou rolo) que namora Fara, uma irlandesa. Ela não estava na cidade, porque pelo trabalho foi 3 meses aos EUA. Sabrina é uma alemã, morando em Bogotá, por conta de um trabalho em uma instituição alemã de fomento ao desenvolvimento de países do terceiro mundo. Coisa típica de países europeus. E nós agradecemos! Catarina era outra alemã, trabalhando na mesma instituição, mas morando em Mariquita, há algumas horas da cidade e que na ocasião não estava em Bogotá. Quando os conheci, ficou ajeitado deu ir para a casa de Hector. Acontece que na noite antes, ele me avisa que sairia de casa cedo de mais para trabalhar, pois eu achava que chegaria lá pelas 8h00. Eu sem ter para onde ir, acabei arrumando de ir durante o dia para a casa de Sabrina, que mora sozinha e iria trabalhar mais tarde. Enfim, chego lá umas 6h15 e logo estico meu saco de dormir no chão. Ela me dá mais um saco de dormir e finalmente boas horas de sono reparador.

Acordo lá pelas 10h50 com o apto. à minha disposição. Tomo café da manhã, das coisas que eu carregava comigo e já tinha reservado para os dias em Bogotá. O bairro fica perto do centro e foi fácil pegar uma buseta e descer na calle 19 (uma via principal) com a carrera 7, que às sextas-feiras fica fechada para carros durante o dia e se transforma em uma "calle peatonal". Ali há vendedores, artistas de rua, pobres pedindo esmola, lojas, igrejas antigas, praça, restaurantes.. Uma zona de centro de cidade mesmo! Logo vou até o museu do ouro, mas decido almoçar primeiro. Afinal, já era 12h20 e eu estava faminto. Como pelos módicos 5000 cop que costumei pagar quase toda a viagem por um combo: sopa, prato principal (arroz, lentilha ou feijão, batata, salada e uma carne), suco. Visito o museu (10000 cop o ticket + audioguia), que está repleto de peças de ouro pré-colombino, isto é, das culturas dos povos anteriores à chegada dos espanhóis. Mas é muito ouro que tem ali. Impressionante. Em seguida, caminho pelas ruas do centro, visito as lojinhas de souvenirs, as praças e igrejas, caminho pela Candelária, o bairro que parece estilo europeu pela arquitetura colonial. Ali há muitos hostels bem baratos. Provavelmente eu estaria em um deles, se não tivesse o esquema da casa dos amigos viajantes. Há também dezenas de museus. Muitos. Como eu só tinha esse dia para andar pela cidade, decidi não entrar em mais nenhum e simplesmente ir perambulando pelas ruas, vendo as pessoas andando, sentindo o clima da cidade. Eis que me deparo com uma exibição militar, da troca da guarda em um dos palácios do governo. Vejo muitos artistas de rua. Gente pobre vendendo salgadinhos em pequenas bancas. Mistura de classes sociais, história, arquitetura, estilos. Bogotá é uma cidade grande!

Na sequência decido ir até Monserrate, um convento que fica ali no alto da montanha que está ao leste da cidade. Logo ali ao lado do centro mesmo e que chama muita atenção na composição espacial da cidade. Dali onde eu estava na calle 19 era andar alguns quarteirões. Algumas pessoas diziam que era perigoso. Eu olhando nem achei. Mas pensei que era longe. Peguei uma buseta e nem 5 minutos depois estava no lugar. Meu celular já estava nos últimos minutos de bateria. Assim que cheguei, paguei o teleférico (7700 cop ida e o mesmo preço para volta) e subi. Já estava próximo do entardecer. Fico apenas com 1 fotinho do lugar, que é charmoso e aconchegante. Ali observo a cidade do alto dos 3152 m. Estamos na altura das nuvens. A cidade está coberta por um nevoeiro. Dali vejo aquele mar de casas e prédios. A cidade vista do alto é calma. O frio estava forte ali. Dou umas voltas pela parte onde ficam as lojas. Tomo um chá de folhas de coca, que ao contrário do que pensam os desinformados, é bom para mal de altitude e tem outros efeitos benéficos à saúde. Já aquecido, encaro a decida e volto para casa. Sabrina me esperava com uma sopa vegetariana. À noite nos encontramos com Hector numa rumba ali na Candelaria, chamada Rincón Cubano. Era um bar dançante pequenininho, mas que o povo estava ali se divertindo bastante ao som de salsa cubana. Assim que cheguei vi que seria legal estar ali dentro. Junto conosco estava um cara do couchsurfing e seus conhecidos. Foi legal dançar salsa e ver o povo dançando. Ali é um lugar de gente que gosta de dançar esse ritmo latino. Gostei bastante. Esse dia eu não sabia que íamos para um lugar dançar e eu estava de botas. Nem consegui dançar direito. Pegamos um taxi e voltamos para casa. No fim das contas, preferi ficar na casa de Sabrina, pois já tinha o saco de dormir ali mesmo e ficaria mais fácil para mim no dia seguinte ir a Zipaquirá.

Bairro La Soledad
Carrera 7 
Igrejas
Praça
lojas de artesanato
Museu do ouro e as plantas dos xamãs



Lojas de souvenirs
Centro
Catedral
Prédio governamental
La mano de Dios - museu de Botero em Bogotá
ruas da Candelaria
Igreja da Candelaria
Ouro no altar da igreja da Candelaria
Museu militar
Candelária
Prédio do governo
Desfile militar
Centro de Bogotá
Cerro de Monserrate
Convento de Monserrate
Teleférico
Teleférico

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