domingo, 7 de setembro de 2014

Fortaleza/Ceará

E lá fui eu pra mais uma viagem, por motivos profissionais. Desta vez o destino foi Fortaleza, no estado do Ceará, nordeste brasileiro. A famosa terra do sol, porque lá parece que a claridade é mais forte. Fui apresentar um trabalho no V congresso internacional de Psicologia Comunitária. Arrumei meu mochilão e lá fui eu, um dia antes do evento.

Voo de madrugada é sempre cansativo. Foi-se o tempo em que eu perdia uma noite de sono e tudo ficava bem. Ah, a juventude! Ainda me considero jovem, mas a disposição já não é a mesma. Talvez porque atualmente valorizo outras coisas: acordar cedo e praticar yoga, ter uma boa noite de sono, alimentar-me bem.

Chego na cidade a uma anfitriã do couchsurfing, Karla, me aguardava. Acho um pouco estranho surfar no sofá de gente do mesmo país. Digo isso porque o legal é sempre contrastar culturas bem diferentes e apesar das diferenças regionais brasileiras, temos um mesmo jeitão de brasileiros. Enfim, ela me recomendou pegar um taxi, mas desobedeci e olhei pelo googlemaps como ir de ônibus mesmo. Afinal, mochileiro de verdade anda de busão à qualquer custo! Chego de manhãzinha na casa dela e somente a empregada me esperando. Durmo uma parte da manhã, quando ela me acorda para dar as boas vindas, dar-me uma cópia das chaves de casa, instruir-me do que fazer na cidade e pronto. Aproveitei o resto da manhã para fazer umas comprinhas de comida, almoçar e cochilar gostoso após o almoço. Sai em seguida, para aproveitar o sol da tarde e caminhar um pouco pelo centro da cidade. Fui até o mercado de artesanatos já fazer as comprinhas básicas de lembranças. O centro de Fortaleza é bem feio. Passei pelo centro cultural Dragão do Mar que de dia não tem nada de mais. Ao redor umas ruas bem feias, sujas, com pouca gente e os únicos um tanto mal encarados. Me senti em perigo e apressei o passo para chegar logo ao meu destino. Realmente, Fortaleza não me inspirou muita confiança nesse pedaço da cidade. Após as compras, restava-me alguns minutos de sol. Fui até o pontilhão para ver o pôr-do-sol. Lindo de se ver! E meu primeiro contato com o mar neste ano de 2014. Morar na floresta, no meio do continente, tem esse ponto baixo.

Volto cansado e nessa mesma noite durmo que nem um anjo. Antes, minha amiga Simone chega e avalia a hospedagem. Como o quarto só cabia um e ela teria que dormir na sala, ela logo ligou pro seu amigo e partiu pro plano B, hospedar-se na casa dele e comeu muita pamonha.

Dia seguinte, chegou mais outro hóspede na casa de Karla. Logo que ele chegou, convidei-o para se juntar a mim na ida à praia. Pegamos um bus até um terminal e de lá outro bus até a praia do futuro, onde me encontrei com Simone. Optamos por ir uma barraca menos badalada, para pagar mais barato a comida. O sol maravilhoso, com o mar igualmente delicioso e geladinho, com direito a camarão, lagosta e água de côco.

No começo da tarde, hora de voltar pra casa. Tomei banho, me arrumei e bus até a Unifor, para a abertura do congresso. Bom rever amigos e trocar boas ideias. Legal reencontrar paulistanos que vieram morar pras bandas do nordeste. Porque do norte mesmo, só eu e algum outro corajoso desbravador da floresta!

Dia seguinte, dia inteiro de congresso. Bons contatos, boas palestras, boas apresentações. Achei legal a interação de pessoas trabalhando sob perspectivas semelhantes. A vida como categoria epistemológica. A arte dos encontros e reencontros, apesar dos desencontros. À noite, voltei pra casa novamente e dormi satisfeito com as pessoas que interagi nesse dia.

E mais um dia chegou e como ninguém é de ferro, combinei com Simone de na parte da manhã dar umas voltas pela cidade. Fomos ao centro, mas fazendo um percurso passando por lugares históricos. Novamente, fiz minhas comprinhas, passamos por praças, igrejas e lojas de quinquilharias. Curti o museu do Ceará, que apesar das bem poucas peças e obras, estava muito bem montado. E também porque comprei uns livros bem baratinhos. Já próximo ao almoço, encontramos com o mexicano companheiro de hospedagem. Almoçamos no mercado e eu me despedi deles. Passei em casa e mais uma dose de congresso. Após mais atividades interessantíssimas e compromissos acadêmicos estabelecidos, voltei pra casa e fomos eu, o mexicano e Karla para o centro, no Dragão do Mar. Lá encontrei com a galera do congresso e foi bem legal a interação. Voltamos pra casa todos felizes e contentes, apesar de um tanto cansados.

Finalmente, sabadão. Mais uma manhã de atividades acadêmicas e bons contatos. Momento de despedidas dos amigos e dos novos laços estabelecidos. Almoço tranquilo. E já havia combinado de uma família de amigos me pegar pra me levarem a um sítio, ficar tranquilo, concentrar-me e sentir a paz. Após dormir a tarde toda, momento privilegiado à noite de concentração mental.

Domingo, dia de descanso. Mas para os viajantes, dia de aproveitar a praia! E lá fui eu, com os filhos do casal de anfitriões manauaras, para a praia onde fica o Beach Park. Bem lindo. O segundo e derradeiro banho de mar da viagem. Na tranquilidade e no sossego, despedi-me do mar e voltamos pra casa. Dali pra noite, um cochilo estilo ciesta. Arrumar o mochilão e vir de volta a Manaus.

Tudo muito legal. Reencontrar os bons amigos. Comer comida nordestina. Sentir o calor do sol e energia do mar. E fazer bons contatos acadêmicos. Missão cumprida!
































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