sábado, 4 de agosto de 2012

Alvarães

Mais um dia navegando e, finalmente, passamos por Tefé e chegamos a Alvarães. Logo saltei do barco e fui buscar internet. Confesso que tenho dificuldades de ficar longe do mundo virtual. Principalmente porque há poucos dias eu tinha ido no encontro familiar e estavam postando muitas fotos e comentários.

A cidade é pequena. A praça, no sábado à noite, estava com várias pessoas. No interior a grande maioria é de estatura baixa. E são todos morenos, com aquela cor de pele da mistura indígena. Eu destoava na paisagem, sendo branco.

Tinha uma "festa" naquela noite. A única boate da cidade. Nestes interiores, o povo gosta de forró bagaceira, brega, reggaeton e eletrônico. Tem músicas em português que só toca pra estes lados. E todo mundo sabe cantar. Claro, são letras chulas e pouco instrutivas. Ficamos eu e mais alguns peões da expedição.



Engraçado que no interior o povo tem uma fortíssima tendência à promiscuidade. Meninas sem grandes projetos de vida. E homens também. Poucas pessoas com dinheiro, em geral do funcionalismo público e política. A maioria não tem dinheiro pra quase nada. E adoram essas festas. Assim vão vivendo. Eu fiquei o suficiente na festa para me divertir um pouco. Conheci uma tia levando sua sobrinha pra fanfarra. Engraçado a maneira como ela explicitava a ética moral daquele lugar, sem vergonha de julgamentos e de serem o que são. E aquele povo se embriagando e dançando de modo que beira a vulgaridade. Depois voltei ao barco, antes que os nativos começassem a ultrapassarem o limiar de alcolismo tolerável. Nessa hora, eles poderiam ficar valentes com os forasteiros. Dito e feito. No dia seguinte, o pessoal que ficou me disse que os caras lá já estavam mal-encarados e empurrando.

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