domingo, 30 de setembro de 2012

Porto Velho (Rondônia)

No interior de SP, frequentei muito Porto Feliz. Nas idas ao sul do país, visitei Porto Alegre. No interior do Amazonas, conheci comunidades ribeirinhas chamadas de Porto Felicidade e Porto Esperança. Agora finalmente tive o merecimento de conhecer a capital de Rondônia: Porto Velho.

As ruas são bem largas. Há uma rodovia com vias largas. Isso eu já gostei bem mais do que Manaus. Além disso, a população é completamente misturada de gente de todo o Brasil. Ao contrário da capital amazonense, em que boa parte das pessoas têm cara de índio e negam as raízes - o que eu particularmente acho ridículo - ali em Porto Velho a fisionomia das pessoas era uma completa mistura. Gente de tudo quanto é cor e fisionomia. Reparei que havia mais moças atraentes. De cara percebi também que as pessoas eram bem mais simpáticas e receptivas. Pude conversar com lojistas, pessoas andando na rua, comerciários. E sempre eram receptivos e conversadores. Isso é uma das coisas que sempre me chateia de voltar a Manaus: um povo mal-educado, que não sabe receber bem o forasteiro e o imigrante.

No entanto, a grande atração de Porto Velho é o shopping. Além da velha Estação Ferroviária Madeira Mamoré. Ali foi o palco de uma parte da história brasileira. Fora isso, a cidade parece não ter mais nenhum atrativo. Eu, definitivamente, não me arriscaria a morar ali sem um grandioso pretexto. A vantagem é ter rodovias, por onde eu poderia ir ao Peru, Bolívia e ao resto do Brasil de carro. Mas a falta de opções culturais me deixaria extremamente frustrado.

No sudeste do Brasil, fala-se que em Rondônia não tem nada além de mato. É mentira. Há migrantes de todas as regiões, que foram buscar uma oportunidade de vida. Além disso, há um ser de luz que viveu ali por alguns anos, deixando discípulos e um grande legado. Nessa cidade está o centro da memória dos ensinos desse Mestre. Os ensinamentos que ele deixou estão mais vivos entre as pessoas que ali vivem. Portanto, trata-se de uma cidade sem grandes atrativos culturais, mas do ponto de vista espiritual ali é um local importantíssimo.

As pessoas são escrachadas nessa cidade, como acontece em muitas cidades do norte. Só em Belém não vi muito esse escracho. É muita gente brega, falando muito palavrão e coisas toscas, numa rudeza e num estilo de vida de quem exalta a falta de opção, restando apenas vangloriar-se das porcarias industrializadas que chegam nesses confins do Brasil. Enfim, essa é a cultura do norte. Gente simples, rude e que conhece muito da floresta amazônica. Espero que ali não destruam tudo como estão fazendo em outros estados.

Gostei da viagem. Fui por motivo de um acontecimento da minha religião. Encontrei pessoas legais e pude relaxar. Agora estou de volta a Manaus. Sempre que volto me dá uma depressão passageira. Voltar e encontrar os mesmos problemas, os mesmos poréns, os mesmos contra-pontos de viver aqui. Enfim, são escolhas. No peso da balança está pesando mais a oportunidade profissional. Gosto também da vida que levo aqui - mas isso não significa gostar da cidade. Estou aprendendo a viver numa nova cultura, com novos hábitos. Não há um só dia em que não pense se estou fazendo o certo. Sempre penso se estou feliz ou infeliz nesta cidade. Enfim, vou vivendo. E os dias passando e nenhuma grande emoção dominando meu ser. Aqui é demasiada calmaria. Tenho uns bons amigos e um círculo social, mas essa galera é passageira. Morar nesta cidade no meio da floresta me faz pensar sobre a transitoriedade do universo. Tudo está em constante transformação. Espero que minha vida também esteja, para melhor. E que me reserve gratas e boas surpresas.

Mochileiro

ruas largas de Porto Velho

Aniversário

Casamento no rio Madeira

Contemplando a paisagem amazônica

EFMM

Nas encruzilhadas da vida

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