Manaus, 11 a 23 de Novembro de 2010

Esta foi uma viagem insólita. Como todas as outras que fiz, faço e farei. Em julho deste ano, fui a Manaus para elaborar um projeto de pesquisa e submetê-lo às agências financiadoras. Voltei crente de que, em Novembro, eu já estaria trabalhando nele. Ledo engano. Pelo visto, terei de esperar até o final do prazo de avaliação, dia 10 de Dezembro. Haja paciência!

Comprei um bilhete ida e volta pela TAM. Pelo incrível que pareça, essa cia. aérea tem apresentado excelentes preços para Manaus. Com apenas uma semana de antecedência, consegui o bilhete por R$ 380,00. Se tivesse comprado 1 mês antes, teria pago menos que R$ 300,00. Ou seja: não há mais desculpas para não me visitarem em Manaus!

Quem me recebeu foi minha grande amiga Fran. Ela fazia parte do grupo de pesquisa que eu participei durantes um tempo, da UFAM. Quando morei em Manaus, em 2008 e 2009, foi ela quem me abrigou inicialmente. Eu só conhecia ela e a profa. E mais ninguém. Foi bem difícil no começo. Mas depois fiz bons amigos e me adaptei à cidade.

O motivo principal de minha ida à capital do Amazonas foi o congresso do plantio, promovido pelo CEBUDV. Foi excelente. Pude aprender bastante e rever amigos de todo Brasil. Gostei bastante. Durante a semana participei de várias sessões: domingo, segunda, quinta e sábado. Foi uma verdadeira "maratoma". Estava precisando de um intensivo de LUZ para relaxar. Minha vibração interior estava acelerada de mais, devido à minha mudança de dieta. Descobri que sou intolerante à glicose. Assim que cortei, senti a diferença. Aos poucos, me equilibrando também pela via alimentar. Senti-me muito bem de estar com os amigos queridos e no Pré-núcleo Menino Deus.

Além disso, fui já começar minhas atividades profissionais no INPA. Sinto-me bem de estar lá. A profa. coordenadora é legal. Os alunos/as são legais. O ambiente é legal. O fragmento de floresta é muito acalmador. Há incentivo à pesquisa. Gosto de lá. Sinto-me feliz. Tenho bons amigos por lá. Volto assim que puder.

Vendi também minha moto. Uma Honda CG 125cc, ano 1999. Foi bom ter andado de moto esses tempos. Eu aprendi a dirigir moto para fazer a viagem Manaus-México numa moto. O roteiro: subir até Boa Vista, Venezuela. Entrar na Colômbia e ir até Cartagena. Cruzar para o Panamá e subir toda América Central. Até chegar no México, na península de Yucatán. Visitar Chichén Itza, umas das 7 maravilhas do mundo moderno. Subir até a Cidade do México. E voltar. Será que eu aguentaria? Enfim, aprendi a dirigir e quebrou o maior galho em Manaus. Apesar dos motoristas não respeitarem motoqueiro, mantive-me na calma e pude ir e vir pra onde queria, na hora pretendida, sem maiores dramas. O trânsito em Manaus está caótico. Muito chato. Com minha motoca, ganhei asas. Mais para minha comodidade mesmo. Porque na "maria-gasolinândia", moto não tem vez!

E uma colega, Carol, me chamou para uma missa católica, daquelas carismáticas. Eu, cada vez mais me libertando de preconceitos religiosos, fui sem problema algum. É interessante ver como a Igreja católica vem tentando cativar seu rebanho. Muitos se perderam, desistira, se decepcionaram. Eu mesmo foi um que deixou de frequentar o catolicismo para seguir uma outra religião cristã. Cristã reencarnacionista. Conhecer os encantos e segredos da natureza divina. Atende melhor minha compreensão e minhas necessidades de me re-ligar ao superior na vida cotidiana. Há pessoas que colocam a religião como motivo de separação, de diferença. Eu, ao contrário, já penso ser a religião o motivo de união. Como bem revela o Alcorão, Deus fez os Homens diferentes para testar o grau de cada um. Lidar com as diferenças, sejam quais forem elas. Gosto de conversar com gente de outras crenças e religiões por elas terem um ponto de vista diferente do meu. Só assim eu posso acrescentar conhecimentos à minha bagagem.

Fiquei mais do que o previsto, a convite de minha amiga Fran, para proferir uma palestra. Falei a respeito da memória e dos velhos nas comunidades ribeirinhas amazônicas. Fui ovacionado! Vejam só... o carioca-argentino-italiano-paulista-mundano agora tornando-se amazonense!

Fran e Mário

Eu, no florestal

Criançada!

Alguns amigos da fábrica: Sarah, Sani, Regina e Júnior