domingo, 1 de março de 2015

Japurá

E logo na sequência do carnaval, viagem por 10 dias para Japurá, no oeste do estado do Amazonas, por motivo de trabalho. Voo da Azul até Tefé. De lá, comprei o bilhete de lancha, que sairia na manhã seguinte às 7h00 e chegaria ao destino final às 18h00, parando em Alvarães e Maraã. Almoço incluido, que por sinal estava gostoso. Eu já conhecia Tefé. No final do dia fiz reuniões de trabalho e peguei todo material necessário às minhas atividades. Me hospedei no Hotel Oliveira I, bem na beira do rio mesmo.

Dia seguinte, muitas horas de viagem.  Sai de Tefé e entre no rio Japurá e segue embora subindo. Quando vai chegando perto da fronteira com a Colômbia, ali está a sede municipal de Japurá. No caminho, conheci médicos/as cubanos/as trabalhando aqui na Amazônia. Ao chegar em Japurá, uma comitiva me aguardava. E no hotel na cidade, mais médicos cubanos. Fiquei com boas impressões deles. Tanto é que publiquei um artigo na revista Los Jaivas - Brasil: Médicos Cubanos no Brasil.

Durante os dias que fiquei por lá, vivenciei aquele clima de cidade do interior. Cidade com uns 5000 habitantes, no máximo. Pequena. Algumas ruas asfaltadas e outras de terra. Hospital, UBS, quadra, algumas poucas escolas, correios, mercadinhos, muitas igrejas, lan house. Pouca gente circulando pelas ruas. Também não vi aquele clima de putaria generalizada típica do alto Solimões. Talvez por ser outro rio, as coisas fossem diferentes. Nas redondezas, algumas várias etnias e aldeias indígenas. Fato interessante é que a cidade exporta areia e seixo. Eu tinha reparado que havia muitas casas de alvenaria. Até que um morador me disse que a prefeitura doa areia e seixo para quem quer construir. Basta pagar o cimento e tijolos.

Logo fiz uma rotina: café da manhã numa banquinha. Almoço numa casa de família. Merenda da tarde na casa de outra senhora. O dia inteiro de trabalho. E à noite, kriya yoga, filme e leituras. E assim se passaram os dias, na monotonia da repetição. Tudo sempre igual. No domingo, único dia de folga, me convidaram para ir a um sítio, comer tracajá assada. Eu, é claro, fui feliz e contente. Toquei violão, comi frutas diferentes (cupuí) e o tal do tracajá, que estava uma delícia. No fim da tarde, voltamos caminhando pela cidade. Ao chegar na estradinha ligando o aeroporto (para voos particulares) ao centro, fui caminhando. No total, não deu nem uma hora de caminhada. E o povo ainda achando longe!

Na volta, lancha Japurá-Tefé. Saindo às 7h00 e chegando às 17h00, porque baixando o rio acompanha-se a correnteza. Novamente, com direito a almoço, filminho e leituras. E muitos cochilos! Em Tefé, dormi em outro hotel, mais simples e mais barato. À noite, saidinha apenas para comer. E cansado, voltei para assistir TV e cair no sono. Dei umas voltinhas pela cidade na parte da manhã, para passar o tempo. Fui ao aeroporto e o voo cancelado. Sairíamos somente no final do dia. Nos levaram para um hotel. Que na minha avaliação, não era nada melhor do que o muquifinho que fiquei na noite anterior. Almoço pago pela Azul. Depois, no meio da tarde, novamente ida ao aeroporto. E agora sim, voo de volta a Manaus.

Pronto. Dever cumprido no interior do estado. Bom estar com aquelas pessoas.

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